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Negar a negação: 30 anos do contrajornal Não, símbolo de resistência ao conservadorismo

Atualizado: 29 de dez. de 2024


Capas dos quatro números do Não, publicação criada em 1994 por estudantes da Faculdade de Letras da UFMG no âmbito do Diretório Acadêmico Carlos Drummond de Andrade então presidido por Anelito de Oliveira. Foto: Arquivo Anelito de Oliveira/Instituto de Desenvolvimento Humano Daghobé

Nãonota trintenária


ANELITO DE OLIVEIRA


Este ano completaram-se 30 anos do contrajornal - assim foi definido a partir do segundo número - Não, cujo primeiro número circulou em junho de 1994 dentro da UFMG, onde foi criado, mas também em espaços públicos de Belo Horizonte, onde era distribuído de mão em mão pela noite, bem como em outras cidades, aonde chegava via correios às mãos de escritores, professores e pesquisadores.

A publicação teve quatro números ao todo, um a cada semestre nos anos de 1994 e 1995, e tiragens que variaram de 1000 a 3 mil exemplares. Contou, desde o primeiro número, com colaborações de dentro e fora da Faculdade de Letras da UFMG, de autores mineiros já conhecidos e iniciantes. Entre os conhecidos, passaram pelas páginas do Não o "ex-poeta" Sebastião Nunes, como entrevistado e articulista, a ensaísta Letícia Malard, a tradutora Myriam Ávila e a poeta Vera Casa Nova.

A ideia de criação do jornal partiu de mim mesmo na radicalidade dos vinte e poucos anos, e o meu anseio então era agregar pessoas, independente de rótulos - aluno, professor, consagrado, iniciante etc -, em torno da perspectiva hegeliana da negação da negação, de negar o que nega nossa humanidade. Naquela altura, Augusto de Campos atualizava essa perspectiva em termos estritamente poéticos com o seu Não, que só viria a sair em livro em 2003.

Estiveram comigo negando a negação, atravessando com alegria heroica aqueles dias e noites de produção do Não no Diretório Acadêmico Carlos Drummond de Andrade, nossa senzala na Fale, meus amigos e amigas Adélcio de Sousa Cruz, Carlos Ely Pimenta, Kátia Nascimento, Sira Miranda e Maria Lúcia Vieira, que nos deixou precocemente há alguns anos. Sem elas e eles, nada teria sido, claro, possível. Evoco seus nomes aqui, sobretudo, como terno reconhecimento.



Capa do primeiro número do Não, publicado em junho de1994. Foto: AAO/Daghobé


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