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Foto do escritorRevista Sphera

Saltos Roubados por Luís Serguilha

Atualizado: 16 de dez. de 2021


Luís Serguilha por Márcia Charnizon


Deixar-se contaminar pela dança cósmica de Jackson Pollock para entrar na estética do tempo delirante e do esquecimento, de Luís Serguilha, implica abalar os fragmentos de mosaicos sígnicos, mesmo quando são formados por voláteis partículas de areia, fazendo de suas porções estilhaçadas o acontecimento de uma action writing, que, sem se reduzir à técnica do gotejamento, é por ela atravessada. Pollock deixou-se filmar em movimentos rítmicos e introspectivos de pintura abstrata nos quais o seu corpo bailarino era transbordado por linhas e cores de diferentes espessuras. Em entrevista recuperada para o catálogo do Museu de Arte Moderna de Nova York, o pintor relata a inconsciência de seu processo criativo: “When I am in my painting, I’m not aware of what I’m doing” (1956, p. 33). Sobre a relação de intensificação da experiência artística e seu espaço proto-artístico, o filósofo José Gil reconhece que o “estado de criação” está relacionado ao que chama de “matéria de expressão” de cada artista, oferecendo os exemplos do som e da cor – o que leva a pensar tanto sobre a heterogeneidade quanto na especificidade dos materiais envolvidos em cada arte (2016, p. 27). O espaço proto-artístico de Pollock subverte a busca primeira e evidente do pigmento, revelando-se contagiado por uma gestualidade que excede a expectativa da cor como matéria de expressão. O “estar na pintura”, seguindo o depoimento de Pollock, põe em cena a coreografia do pintor, de modo a substituir o cavalete pelo chão, o pincel pelo desenho das pernas, fazendo do gesto matéria de pintura. De luvas negras, em outra cena, as articulações de Pollock retornam, com ar faroeste, na coreografia de Beach Birds, de Merce Cunningham. Apesar da defesa da utilização de uma “matéria de expressão” para cada manifestação artística, o filósofo José Gil inclui contribuições da clínica de Françoise Dolto, o que permite a herança de um jogo cinestésico, formado por infrassignificados de uma linguagem pré-verbal, que repercutirá posteriormente no futuro sujeito falante e, por conseguinte, em suas criações modeladas pelo caos. Em teoria da literatura, encontramos, em A revolução da linguagem poética, o modelo de linguagem de Julia Kristeva, cuja camada pré-verbal da modalidade linguística do semiótico, em codependência com o simbólico, fundamenta tanto o discurso dos psicóticos quanto as poéticas de vanguarda de Mallarmé e Lautréamont. Na escrita inovadora, agramatical, de Serguilha, repleta das vibrações do mundo e atravessada pelas inovações infralinguísticas do semiótico, pela cosmicidade arcaica, sempre avessa à representação, há um embaralhamento do par dentro/fora, há o retorno ao caos criador, gerado pelos efeitos metamórficos de um corpo entre o dom e a dor. Na poética serguilhiana, o material de expressão não se concentra apenas na sonoridade rítmica do signo escrito – há uma marchetaria feiticeira do invisível, esculpida pelo vazio, que antecede a página em branco. Há uma dança do imperceptível e do acósmico a diferir o encontro com o branco da página. No gesto do excriptor-pintor, contaminado sobretudo pelas visões das telas de Pollock, o salto desponta da experiência do vazio. O salto faz a folha de papel desaparecer. A escrita do salto reaparece manchando a tela-palco para gerar o enceguecimento das peles em fuga.


Luciana Abreu Jardim


Referências:

GIL, José. O caos criador. Ritmos e visões. Lisboa: Relógio D’Água, 2016.

KRISTEVA, Julia. La révolution du langage poétique. L’avant-garde à la fin du XIXe siècle. Lautréamont et Mallarmé. Paris: Seuil, 1974.

Museum of Modern Art (New York, N.Y.). Jackson Pollock. (Org. Sam Hunter), 1956.



Pollock, Number 32


Um SALTO abisma-se no sopro de uma dádiva inomeável, há uma exasperação tensional religada ao despenhamento do ar na sutura de uma ferida: Um SALTO extrai a sua pele no solo impreciso e alfabetiza uma DOR enviesada com os fórceps de uma testemunha inóspita: uma ciência se transmuta e alcança a hesitação espantosa ao cimo do tremor impregnado na escuta irruptiva do solo: o incomensurável atinge as pontadas da dismorfose por meio de um fundo pontilhado por bilatérios do assombro: dizem: campo magnético do delírio e do dissídio onde as catalepsias do silêncio advêm do sangue dos ganchos da voz com apoptoses por dentro das esquírolas da memória de quem fala das fístulas da morte: há uma luz placentária a ventanear e a escoriar micromundos com a leveza plástica do terror rés às trilhas divergentes que agem loucamente sobre os ventrículos de vasentos de si-mesmas: um SALTO infinitiza-se nas forças dos vareios criadores de distâncias clásticas dentro da fragmentação dos fios do vazio que cinzelam os rascunhos inarticuláveis do corpo com os tubérculos dos acasos: um SALTO dilacera-se no seu respiramento ósseo perante o espaço acidental das visões cristalográficas que misturam os golpes das imagens do indizível com o som de uma falange que eviscera a anomalia cheia de rastros dos leprosários, de acidólises e de futuros insondáveis: um SALTO rasga os tecidos de ARCONTE com serpentárias peristálticas, com bestiários cinéticos entre os territórios drenados das palavras e as estamparias dos pedúnculos: o SALTO é uma abertura subcortical e vibrátil entre o lúmen do animal e a fissura turbilhonante da DOR que se esboça no sentidos das incisões suspensas no mosaicismo do grito com lisossomas a lavrarem um clarão em baixo dos veios plurímodas do lodo: o agon do espaço se invagina e faz dançar o enxurro das passagens do impensável sobre uma fecundação de estacas escarpadas. O SALTO é um corpo de transpiradeiros engelhados a construirem afincamentos de lavaduras parietais por meio de reverberações obscuras e ao redor de apanhadores de orfandades: aqui-agora: as imagens dos agulheiros assomam-se viscosas e cinzeladas pelas vias do imprevisível do vazio que relança as carcaças dos escaravelhos para os tropeçamentos luzentes das plânulas: há uma levidade tensionada que estranha o seu intemperismo na suspensão dos escoamentos do infinito( gosmas de pus matemáticos usam a advecção das ruínas do animal para litificarem as rebentações dos esporos das geofonias). O SALTO é o alvoroço das alterações de levedurinas pré-verbais que se expandem na cimentação dos desaguadouros e se dobram nas heteronímias de uma assopradura histérica: os GESTOS se desmancham aguçadamente no limiar da experimentação da cegueira que captura a visiva vascular no esquecimento impregnado por uma fuga de isometrias salmizadas de alto a baixo por óxidos apofânticos rentes às aos rebocos bárbaros da DANÇARINA. Um SALTO assimila as vigílias indiscerníveis do saco escrotal: há um assolamento poligonal nos seladouros aculeiformes das mastabas: um SALTO incorpora as vasovagais do seu próprio corpo para se envolver nas vesículas seminais da improvisata com turbulências auriculares dentro do excesso do inominável. Um SALTO vem de dentro de uma gigantesco nervo pungente, excede-se e desaparece no inédito luteínico do corpo para reforçar os sentidos de um esconjuro rítmico que o arremessa para o horto do impensável e para o silêncio dos espelhamentos tensioactivos e covalentes acima de mapas codificados pelas tuburosidades do impossível (uma volteadura transvaza pelos dedos hétegos e espumígeros rés à alta concentração das varejeiras de blenorragias): as expressões de uma volatilidade reminiscente atingem a insânia de uma nova geometria com os fotomotores dos retalhos impalpáveis. Um SALTO absorve a solidão nómada no seu recomeço barroco para se estilizar com as curvidades variáveis e abrir-se à matéria caótica do futuro por meio de um golpeamento sensitivo que espessa o desassossego indecifrável dentro da presença estranha da fundoscopia. Um SALTO esponja as ressonâncias criadoras do infinito com os mapas dilacerados do intraduzível que relançam contrapontos de aferências sobre a fissuração das mioses topológicas. O SALTO é um espasmo de nervos ópticos envolvidos nos talos do improvável que estão dentro dos perímetros cefálicos e sobe pelas cisuras abruptas das vértebras até ao relampejo babelesco das suturas digitais: dizem: olho ecótono com lesão ou espelhos labirínticos com dextroses por dentro de membranas vivas cheias de recristalizações hipostáticas: os carpos anorgânicos fragmentam-se dentro de perídios globosos rés a um dicionário molecular que está por acontecer. O SALTO é uma espessura de pontos de inserção insaciáveis penetrados por escamas sobrepostas a flutuarem no gotejamento de uma pré-catástrofe que extrai sentidos monstruosos dentro de garimpos geológicos, fazendo tresvariar a porosidade do corpo perante a curvatura obscura do espaço: as forças puras dos endoparasitas despontam nas angulações do próprio rosto que desfaz os seus contornos filamentosos com os tecidos ventilados pelo inatingível sismógrafo e pelo inominável de uma mutação alucinante. Um SALTO exercita a inesgotável camada de sedimentos em prolação ambulacral sobre as cartografias de uma reentrância simultaneamente indiscernível e plena de distanciamentos percorridos por mudanças de uma esfoladura quase inapreensível e fora de qualquer origem enciclopédica. Um SALTO desdobra lacunas nos tempos coexistenciais das traqueias que quase-desaparecem na bricolage do ar carregado de vazios sanguíneos, de crueldades imperceptíveis ao cimo de um tempo bruto, falsário e repleto de fermentações ruminais: dizem: acasos intempestivos de uma alma de dermorrafias arquitectam passagens inobjectiváveis dentro de um condróforo. Um SALTO envolve as latências dos cosmolábios do animal nas escavações do insituável e com sons acumulados, rasga uma geografia de prismas abstractos que recomeça ininterrupatemente ao redor do fundo da boca: provêm hipóxias paleais e zonas esquivas orbiculares que atingim os zimbórios delirantes das transmutações de uma FALA defronte ao exercício supremo do inacabável e do indecidível. Um SALTO levanta o aglomerado imperceptível da visão dentro do seu próprio afastamento em curto-circuito holoblástico e estraçalha as gravidades das imagens das eclusas que o cingem por cima do tempo comburente e crónico: há um estonteamento do real-aformal com linhas caóticas e com algospasmos povoados por catalisadores eutéticos: um real desponta escarvado pelo meio extremo espontâneo das aponevroses paradoxais de quem tenta FALAR o que vê dentro dos fosfatos do disforme, do impossível e de um canto de calcificações insituáveis: dizem: ressonâncias de uma boca espedaçada na aglossia de uma arte a combater-se plena se sulcagens e de insuflações. Uma testemunha faz guinadas tricotadas ao escutar o insonoro plantónico e as vazaduras do caos com as alomorfias da aisthésis sinápticas: há um ruflo híbrido e compulsivo por dentro das mucilagens animalizantes espalhadas por malhadouros indefinidos do corpo que se diz musicofilista, policristalino e quase-ilegível rés à lucidez do acolhimento de chocalheiros assintácticos. O SALTO FALA uma luz pigmentada e atractora do inumano, da oxigenação do assombroso e do plasma inatingível que se faz escalada anabólica de uma duração vidente onde uma dispersão de gaivagens de gritos esponta no esquecimento de uma palavra em conexão impessoal com o mundo da desrazão grávida de desvios intersticiais e de rasgaduras inaudíveis dos limites( excretas em periodos de secura): dizem: é o inexistente a ressurgir em restos vegetais disruptores e apinhados de retornos-macaréus, de limiares musicados dentro das fissuras anónimas de saprófitos no alto de zônulas moventes com ciclagens em mineralização cadaverina. Um SALTO provoca uma visão nas rochas feldspáticas onde um animal abocanha as suas úlceras filitosas, dessecando derrames das contas dos rosários com os sabugos dos batentes de sodoma: há intervalos andarilhos propulsores de polinizações disjuntivas ao redor de camadas de um respiro duplo que vibra, abre gretas emergentes, escava aberturas, GESTOS com o tempo salvífico do impossível nutrido pelas germinações inconscientes dos vaga-lumes: mostrar as tecelagens espondilosas do entre de um grito mudo acoplado aos hiatos imperceptíveis do futuro: há isópteros e sinfilos ao cimo da mudança involuntária de um presente que DIZ silenciosamente arquitrave fundante para besuntar os mastros das crias com tisanas de húbris: perfusões autopoiéticas a desenharem mapas de hossanas acentradas sobre as atiradeiras de cérebros radiculares que jogam invaginações purgadoras contra os respiramentos do exílio por dentro dos corrimentos dos assoalhos pélvicos onde os impulsos eléctricos vesiculares criam extravios glandulares por meio de uma língua de catadupas bioquímicas. O SALTO é um vórtice em desconstrução, é um suadouro sináptico, um nervo isquiático, uma força fluídica do acaso que tangencia as compressões bifurcantes do subtil e faz mudar as incisuras do olhar-mental, tornando-as numa duração herniada cheia de ecos inarticulados e quase desaparecidos dentro de um silêncio vertebroso: há risco dos lapsos medulares onde as queratoses actínicas ainda estilizam as as anóxias com bordaduras de manchas vertiginosas de uma existência de distúrbios hipofisários. Um SALTO acontece cosmofónico porque se experimenta dentro do múltiplo da fossa navicular da loucura e contra um rosto mortal, esquecível e que ainda não encontrou um eclipse do tempo no ósteo de uma FALA: um rosto envolvido por lâminas histológicas onde um córion continua insituável. Um SALTO modifica-se incessantemente dentro de um tempo de etmóides imutáveis perante um dicionário de mucosas respiratórias analfabetas que exigem uma visiva axónica expressa pelo inefável batido pela intersecção de uma luzência intensiva arremessada sobre as filtrações dos trajectos e dos brotamentos de uma voz-animal. Um SALTO faz desaparecer um rosto na secura espacial por meio de um grito fragmentado pelas eustasias do impensado e pelo minério dos coanócitos do invisível onde uma QUEDA quase-desponta por debaixo dos esqueletos das esponjas que existem em si, criando uma abertura de permutas por difusões escutadas por dentro e ao cimo do silêncio antropofágico criador da diferença mesênquima e do escândalo. Um SALTO advém de uma queda plástica animal, de uma batalha de tensões incessantes que cuidam dos desvios da carnadura, da crueldade microscópica e do delirío balbuciado pelas soldas pulmonares. Um SALTO destrói o acossamento da glorificação com uma FALA livradora dos espículos do vazio que ultrapassam a morte com as intermitências dos canais de um sopro que prenuncia o recomeço de uma golpeadura ininterrupta sobre câmaras calcárias onde as gemulações surgem esbulhadas por alvos inalcançáveis das laringes do mundo: dizem: devastações anónimas impulsionadoras das cavidades escultoras do real que rebentam nos epifragmas do impensável.



Pollock, Number 1


O SALTO é uma insânia que faz dançar a suspensão escorbútica na adivinhação de uma matéria quase-incriada onde se vislumbra uma fenda de laçadas nos equívocos das síncopes, nos cerumes e nas traições de um traço silencioso dentro dos contágios mutantes das heteronímias em perfuração iatrogénica: dilacerar o inacabado do espaço com a interrogação intempestiva de uma correnteza de ar à volta dos poros ópticos do GESTO, das iluminações do risco, dos vasculhos intrusos de uma irrupção tradutora de fôlegos rítmicos embaralhados por sonoridades inomináveis. Um SALTO recria, espreme, torce as evasões sedimentadas por instantes ainda não mostrados nos cruzamentos dos raptos de uma espiral voltaica que captura fisgadas respiratórias e exercita uma rede de aberrâncias pulsantes, de gretas erguidas por abjunções de nébulas esburacadas com sensações auráticas entre errâncias, crenças e abalos ao cimo de uma disseminação de ossículos víricos: dizem: acto de FALA autónomo, desconhecido e fabulador a dissolver-se no embalo das passagens do instrumento de um grito que se eleva contra as batidas de um espaço da dor com falhas oscilantes para além dos rastos, dos ferrolhos e das metástases do SALTO. Um SALTO é em si uma propagação de talhadeiras bifurcadas pelas derrisões mesentéricas: há uma vizinhança múltipla, um escoamento de detalhes, uma casa híbrida, uma transfronteira molecular que arrasta a corporalização do espaço e as afluências dos detalhes delirantes das vozes, criando travessias abrasadas dentro de um tempo infindável. Um SALTO surge da velocidade resplandecente da incubação do estranho que transpõe as esfinges forjadoras das vértebras, os espelhos dos tremores das linfas, as linhas animistas coronárias, revelando uma visão pré-vocal e acósmica por dentro das emulsificações das hulhas: fazer do desmanche espacial o interstício preciso do grito dentro das adjacências do invisível das palavras: dizem: cisalhamento anatómico. Um SALTO provém do inacabável atencional ao alto de uma bolha de órbitas que rompe tensa, instável e anatomizada por uma abertura metamórfica plena surgida ocasionalmentre sobre uma passagem lávica e durável onde o olhar-em-risco absprve a prática interóssea de um testemunho do retorno turbilhonante rés a um arquivo vibrátil da reminiscência já golpeada por outra memória colocada no jasteamento que exige diáfises de uma gestação microfísica: despojos dobrados sobre estiletes das sonoplastias acidogénicas: aqui-agora: um solo inaudito absorve o corpo escoriado, ferido para dizer esmerilhos de dores nos fervedouros de escombros e de rasgaduras carregadas de pulmões dos exilados porque os seus gritos permanecem sempre nas escapeladuras dos resíduos de ar ou seráo os estiramentos dos lenhos de um intervalo que enlouquece as batucadeiras tecidulares do tempo? Ou será uma devastação germinativa a esculpir e a fender o real até ao roubo saturável das redes disformes e assimétricas que impulsionam um SALTO etológico com duplas dobras em perambulação? Ou será uma malha de graínhas da pele com falhas em movimento debaixo de um encadeamento de ALDRAVAS do infinito e do caos recortados pelo ritmo de uma aletheia durável? Ou será o intempestivo de um sopro compositivo de incessntes variações dentro do impulso imprevisível de um SALTO? Uma constelação de mariposas faz vibrar o fundo do auspício do espaço: um SALTO flui dentro do animal-de-nós-mesmos que nos olha e persiste entre as velocidades retardadas do múltiplo e do inconsciente: o DOM de uma visão fendida por povoamentos de um espírito que antecipa um GESTO infatigável: o visível-olhante tremendamente vibratório arrasa com qualquer imagem por meio da fusão copular dos instantes: dizem: mosaico em disseminação coalescente mostra as camadas crónicas das dobraduras do animal repleto de fiações de passados e presentes contemporâneos ao cimo da alucinação e do exercício do anómalo dilatado pelos compósitos da vida entre as ruínas do adensamento do tempo e uma miríade de oscilações de um espírito súbito: um CORPO com um dicionário anónimo e emergente atrás da sua própria consistência, da sua criptomínia lútea e da sua irrupção acumulada por fulcros flutuantes: um CORPO com ressonâncias à deriva dentro de memórias enoveladas pelas gradações do fôlego em recomeço rítmico. Um SALTO advém do impensável do anima que se lança para o fluxo da matéria já-dentro de um caleidoscópico vitelínico onde as imagens luminosas multiplicam pontos plasmáticos por cima de tecelagens paradoxais e de travessias metacarpais que fazem o SALTO variar entre enteróclises: um SALTO que se encontra na linfa das anamorfoses, na génese dos grãos neurossensores que transvazam a sugação do espaço: o SALTO acontece num tempo de abrasaduras histéricas que se tornam viscerosas ao exigirem desdobramentos, tramas de autonomias infinitas onde o diverso e o acaso pulsam no que há-de-vir porque já pervagou por dentro das hidromedusas: um animal intratemporal dança a gastrulação do falsário com os piroclastos das expressões imanentes: um tempo vidente, amíntico que se liberta do antes e do depois, atingindo a insânia termoplasmática dentro de um corpo em transmutação a transbordar de retornos energéticos e hipotenares: um SALTO impulsiona eixos das metassomatoses, lances fractais, cria e flutua num crivo de liames da absoluta alteridade envolvida no rúmen diabólico do inconsciente que desliza nas superfícies de um desejo distendido e proliferado sobre si-mesmo: uma imagem hepatócita dispersa-se nos respiros recomeçados pela transmutação intersticial e quase-enucleada e o SALTO mostra a sua duração intempestiva nas vastas câmaras digestivas, faz mover a duração citoesquelética que o revigora por meio das coesões matéricas no alto da epiderme com um dentro de muitas zootomias religadas a linhas de almas geodésicas: um desejo completo de povoamentos indefinidos arranca as coalhaduras sinusais das existências caóticas: despontam sígnos catafóricos e dos ectoplasmas de uma membrana mutante entre corpos fossoriais de instantes repletos de afemias e de cistos esboçados por escamas lisas: há riscadores testemunhais com arquitraços de um pneumotorax dentro de afecções inéditas. O SALTO é uma fiandeira bulboesponjosa do impossível, é um tempo safenado de uma alma completa que se entranha nas sonoridades das tensões refracionais por meio do silêncio da matéria instantânea: acreditar em decompositores dilatáveis e cheias de voltagens amnióticas, de feixes amnésicos, de rascunhos intransferíveis, de limiares de quedas horizontais, de ressonâncias germinativas do improvável (corporificar a holografia do inaudito que se adentra desabaladamente nas benzadeiras do mundo). Um SALTO gera um tempo plasmado da experimentação com respiramentos rítmicos, com topologias decifradas por gestos errantes à volta dos dicionários irrefreáveis: espaços disjuntam-se nos sentidos de um real vigoroso que estimula as escápulas do impossível e o animal-em-nós: um animal livrador do intensivo diamantífero e da ocultação das nodosidades peptídicas, busca um infinito heliciforme em cada visão insurrecta.



Pollock, Lucifer


O SALTO é uma revolta epistémica permanente, aliando-se ao original do absurdo que exige recriação, pensamento e capacidade auto-gerativa por dentro do saber do corpo, da rebentação do desejo axífugo ao redor dos puros espíritos demoníacos: um SALTO combate a morte por meio de recomeços hápticos e de batidas germinais por dentro de icnofósseis das adufeiras: cinzelar as curvas anarquistas do mundo com as vidências das mórulas do inconsciente. O SALTO é um vigor do sistema nervoso central dentro de um lugar em rasgamento que nos faz absorver os pentâmeros híbridos da QUEDA, os acasos calcolíticos de uma voz que estranha as blástulas da sua própria FALA: fazer modificações confiantes num corpo inacabável e hebefrénico. O SALTO é uma escolha ética das pustulências entre encontros intervalares de corpos em composições inesgotáveis que arremessam a matéria informe contra os instrumentos imanentes de um tempo delirante: há cefalizações nos fundos inapreensíveis, antecipando variâncias perceptivas envolvidas por Maracatus e por geometrias polinizadoras até atingirem a velocidade extrema dos sarcódios de uma cosmicidade bruxa.



Pollock, Greyed Rainbow


O SALTO é uma cartografia abíssica-anorgânica-ciclópica, uma ressurgência de um tempo dilatado ao redor das luxações dos sentidos: energias lisas e expressivas ritmizam a vastidão matérica com misturas de escorços, de irrupções tugúricas, atraimentos fino-úgricos, combinações de todos os tempos que anteparam afectos crónicos plenos de espessuras criativas e de bocas iluminadamente monstruosas. O SALTO é um fractal de quiasmas absolutos porque se aglomera fragmentariamente no gigantesco aliscanço, escava o espaço das rupícolas, as línguas dos acostamentos zoológicos, os esporângios das vozes e só lida com esporos ciliados ressoantes, produz acinesias e torceduras de gritos, tramas ovalados com eixos de mapeamentos irregulares: um animal impulsiona-se através de capturas de rastros heterogéneos, de monturos de raspadeiras pré-adâmicas (tegumentos foliares rasgam zoósporos e fazem dos vigamentos íncolas uma plasticidade-córnea): há liças de forças de uma tremenda sombra centrífuga, há bordas ilimitadas dos SALTOS com movimentos duplos dentro de pontos caiadores e obscuros da carne: um SALTO invade a eternidade do grêlo por meio da parafrenia respiratória que o escarifica, o perfura e o mistura com o espaço menstrual ilimitável. O SALTO é um meio-extremo de um jogo quase imperceptível e assimilador de forças incorpóreas em todas as direcções supremas da vida: um fluxo virulento deixa pervagar outros fluxos ulcerados, mergulha as articulações intermitentes na matéria transcodificada por uma superfície indomável em movimento: dizem: penteadora do incerto dos destroços radiculares ao lado de alcofas. O SALTO é um labirinto de espelhamentos dentro de vizinhanças da catástrofe rés ao CORPO que renasce e experimenta em si a duração inédita das distâncias, dos vazios fissurados, das zonas impuras com desabaladas passagens plásticas: um SALTO esponja filigranas por meio de estranhas velocidades ecológicas ao cimo de limiares tecidos pelas cartilagens invisíveis. Um SALTO dilata os orifícios e as incisisões do corpo, mergulha na carnadura porosa, grotesca, arrasa as linhas glúteas do espaço em decifração contínua, captura atravessamentos delirantes, germináveis ao experimentar o absoluto da invasão do acaso, do inexplicável e do confronto do tubérculo púbico com a transparência-na-claridade-metamórfica: dizem: tremores cervicais ou sangramentos pectíneos dentro de latitudes em fuga: em cada saída uma sensação cruel é recriada pelas escutas plurivocálicas e pelas membranas desobstruídas pelas asas do íliaco: em cada saída há estremeções caleidoscópicos onde múltiplos intervalos de varejaduras envolvem o anónimo e a deriva, jogando a lucidez resplandecente contra a intersecção vesânica do mundo. O SALTO desaparece várias vezes nas improvisações babélicas, revigorando a gradação do jorro dos seus avessos através de um desastre coalhante e compositivo: há uma paridura de semideiros dentro da atractores-do-diferir que se recriam se repovoam a si-mesmos porque pervagam sempre cingidos por danças de tímpanos espessos e coexistenciais. Um SALTO alcança a intuição metabólica do espírito dos corpúsculos no alto do esquecimento que faz durar o espelho expressionista no aberto de uma aradura de hifenizações porque é uma incomensurável tradução, abstracta, germinativa, transmutadora, afectiva por dentro do extremo rigor das farmacopeias que geram escabulhos com ritornelos sensíveis, anómalos ao redor de uma visão irresoluta: aqui-agora: o infinito da luzência ergódica pensa dentro das vértebras encavilhadas por forças intrusas e por tempos por acontecer ao cimo das escumadeiras geomórficas. Um SALTO atravessa-nos, escarifica-nos, esculpe-nos sem direcção e com as superfícies de um microcaos a baterem na existência do exocarste (praticar o impossível com as frâmeas da carstificação ritornélica). O SALTO é um futuro turbilhonante-conectivo, é uma tendência aformal do vigor genético que anterioriza o corpo da QUEDA por meio de um pleno desvio autopoiético improvisado e adentrado na constrição pupilar com mapeamentos brownianos: todos os lances de espelhamentos quebram os eixos actuais com uma visão inumanizada à volta do real inexaurível e grávido de imagens sublunares do tempo que provoca uma estilização animal entre o rosto zurzido nas falanges de Bacon e o Rosebud ampliador de falsos-racords de Welles. Um SALTO acontece na exorbitância da obscuridade, é impermanente, é o extravio no comum de entretempos de um corpo com uma multidão infinitesimal a subir pela sua traqueia aos gritos esferoidais: obliquidades rítmicas mais absolutas fazem das distâncias da derivação metagénica, o sublime de um relâmpago-cubozoário chamador de uma alma soberba já-dentro do excepcional fora da acidificação dos desígnios. Um SALTO gera-se ininterruptamente na compactação do seu movimento gerúndico com forqueaduras infinitas e simultâneas que rupturam os pólipos do ritmo com outros ritmos de um fóssil futurível ressexualizado por desrazões inomináveis e por profusos pontos de serotoninas impuras. Um SALTO fragmenta-se espiritualmente dentro de um estado tumultuoso e piroclástico provocando trajectos com larvas ciliadas à volta de brotamentos imprevisíveis (misturar esboços e materiais mutantes que dilaceram superfícies com decomposições verbais capturadas pela fricções do vazio e do excesso): há uma dança suspensa nas gemulações da voz que entrecruza as forças das éfiras com o tempo insano redobrado pelas dismorfoses medusóides, tornando visível as acumulações dos drenos invisíveis da língua, as tramas dos sopros em recomeço incessante, as elevações vibráteis do espaço cárstico, as marchetarias convulsivas da carnagem já fora-do-corpo, os mosaicos dos cataménios subtis a ondularem nas irrupções dos celenterados: os abecessos dos afastamentos insituáveis geografam ventilações intracranias com as suas próprias incisuras: há uma mudança incessante repleta de ressurgências do anónimo, de tendências éticas e infindáveis que perfuram vertiginosamente o SALTO por meio de entradas múltiplas, sensíveis e atraídas pelo risco das visões fragmentadas, pelo indecifrável respiramento das imagens sonoras, pelas expressões vivas do inumano friccionado por um tórax caótico e por batidas aberrantes que arremessam as fibroses císticas do olhar para a falha agramatical desferida contra o proesterno da hesitação criativa: um SALTO torna-se um hiato múltiplo, um limite redobrado ao infinito por meio de vazamento de ar, uma correnteza heteronímica à beira dos catéteres da incompletude interrogadora de um episperma com NONADAS plenos de eclipses que revelam as espessuras vasculhadas pelo silêncio vigoroso de uma FALA. O SALTO é a quase-infindável e inexaurível cutícula, é uma distância de forças em intersecção sígnica perante o sublime da duração dos sentidos que agem sobre outras forças disruptivas, alógicas: dizem: incógnita séssil da matéria. O SALTO é um macaréu lacunar, não é humano, é uma energia heteronímica a remover o ar dos ossos diante dos grandes cortes das cracas atravessadas pelo arborizações terminais do informe. Um SALTO está em todo o lado sem a adesiva predestinação, está virado para as cartografias dos algospasmos da parte externa do futuro, por vezes é mais vasto do que a broncospia do real, é um corpo desossado a disseminar-se por todas as passagens do espaço com repercussões imateriais por detrás das forças insensíveis e gérmicas carregadas de grandezas acósmicas: um SALTO solta-se dos viscerocrânios e relaciona-se com o indiscernível esculpido por distâncias gomosas e adjacentes: há um manto indecifrável entre tensores ininterruptos e os ecos das ruínas da visiva que existem numa neurula em desaparição ao cimo de um falado-animal sem quaquer repouso (um grito que se invagina na porção posterior da palavra): um SALTO diverge continuamente para se reforçar na dobra dos interstícios das argamassas turbulentas: há rompeduras minerais, infímas visões, há incisões vadias, misturas dementes, inversões escoadas por ressaltos da obscureza cortante e dos ilimitáveis ecos ao redor das aberturas das glabelas dos exílios por vir porque o acaso é uma sonoridade cruel mapeada por religações inconscientes, é uma transbordâcia de atalhos acidentais, é assimetricamente rítmico, é uma transfronteira frontonasal, é uma estética de suturas improváveis onde os GESTOS mostram os seus opérculos topológicos, os seus limiares morfogenéticos que nutrem as linhas abstractas das vertigens com placas pterigoides e com derrames de líquor: despontar uma rasura vibrátil no espanto por meio de decifrações do esqueleto axial que exercita a estranheza os vacúolos com o excessivo plástico e acentrado e com a deformação dos espíritos fluídicos, respiratórios (uma alma de tecidos fibrosos alia-se às escápulas e às fíbulas).


Pollock, The Deep


Um SALTO histeriza os vasos do espaço com o silêncio rizosférico das imagens luminosas onde as dimensões cardiovasculares do tempo se desviam da distinção, alcançando os tecidos periféricos do entre-dois, dos sons inaudíveis e dos eletrólitos artísticos: aqui-agora: o SALTO ciranda uma pré-catástrofe do endocárdio e gera um sentido aformal infiltrado por signos ventriculares da eternidade que capturam as lâminas histológicas dos eritrócitos através do fluxos embrionários da matéria relançada para a duração do rigor da hemoglobina cheia de vistas ventrais com simultaneidades pulmonares instantâneas. O SALTO é um onomaturgo labiríntico adentrado na devastação de um tempo criador do vazio com subtis golpeaduras rítmicas a baterem na couraça divina até atingirem uma respiração da visiva obliquamente flutuante e emaranhada pelo vigor do absoluto e pela fulguração crónica, vesânica de um cristal. Um SALTO antecipa as fendas da obscuridade com o seu próprio derrame indefinido ao cimo do incomensurável cardíaco suspenso no bombeamento do duplo. Um SALTO faz da tela sombria sistólica a autopoiésis ou um jorro cósmico cruzado por espíritos súbitos dentro de micropercepções de um só tempo alargado pelas quatro câmaras do animal que faz do meio do desejo um acontecimento de valvas ventilatórias: aqui-agora: um SALTO extrai os graus arteriais dos mapas dilacerados do real com os esboços larvares da realidade e com a tremenda alteridade ds membranas-basais-das-veias exercitadas pelo avesso amniótico e pelos povoamentos plenos de roubos esfíngicos geradores de ritmos espiralados da eternidade, de pontos de vista que atravessam altas entesaduras das rebentações por meio de ritmicidades do imunologias expressionistas onde uma verdade inalcançável exige criação de valor para complexificar o SALTO e resvalar pela duração fora em cada instante de uma vertigem oscilatória e contínua. Um SALTO amplia a duração no mundo babélico de uma estilização musical, estranha e balbuciada rés ao animal ilegível e quase-traduzido por outro animal enexaurível com ritmos assintácticos suspensos nos desvios imanentes dos pulmões (dançar o esfregaço sanguíneo e evitar o êmbolo nos vasos renais): no SALTO o fôlego esofágico é uma raia química da profanação ou talvez seja o limiar de um grito nas extremidades hipertróficas de uma língua plena de reminiscências delirantes e de confrontos enciclopédicos onde as espirais de uma DANÇA faz das matérias luminosas uma epiderme de exórdios plásticos, uma dobra de válvulas das rupturas do mundo, um intervalo de regurgitações aórticas perfuradoras de percepções, um espaço irradiante, uma vibração contraditória, um desequilíbrio hemorrágico a impulsionar palavras polifónicas entremeadas pelo silêncio de outras palavras inexploradas ao redor de um caos que nunca expressa, mas faz viver os falhanços infinitesimais do corpo ao arremessá-lo contra o sangramento excessivo, golpeando-o cada vez mais para ultrapassar a morte rés aos libertinos inaturais do inapreensível. Um SALTO dança as membranas góticas do espaço, as partículas gigantescas, faz atravessamentos falsários no corpo, se envolve na dissipação infinita das imagens de uma úlcera falciforme que torna a visão num vaso sanguissedento indefinido perante as aberturas quase-esgotadas de um clarão extraído de um aglomerado de espíritos-PLASMODIUNS: vigorizar a microscopia do real com as superfícies tricotadas por um tempo com vestígios lipídicos vesânicos ond euma gota de sangue envolve e distende a lâmina até à coloração alvéolar: um SALTO se desdobra desenfreadamente em transdução capilar, ressoa pelo espaço carbónico e pelo átrio esquerdo do corpo, livra as suas extremidades com as expressões rítmicas cuidadoras do desejo arterial, do alógico oxigenado, do histérico das políticas-do-sensível que fazem transmutar as afluências dos sentidos celulares em forças de descodificações dentro de um aglomerado de vontades infinitas e de vazios plenos de marchetarias diastólicas, de linhas barrocas à volta de um acontecimento epidérmico ou será um acidente em composição relacional? Será uma ampla rede de nutrientes dos vertebrados? Ou será uma onda rítmica modificadora das cavidades de matérias contraídas no alto do pericárdio inesgotável do real onde o refluxo da hemolinfa gera tempo sublunar? Dizem que o SALTO é o espírito tubular, etológico do instante na dança do VAZIO, é o vigor sígnico que transmuta óstios e gera diferença testemunhal por meio de gestações pulsáteis esculpidas por densidades da experimentação anárquica. O SALTO livra a medula espinhal, religa o múltiplo do dentro ao real energético abaixo dos nervos cranianos onde o acto involuntário se transmuta num epineuro de tempos vesânicos: em cada SALTO encontrámos o vórtice da duração fractal da ferida flutuante que acumula as travessias das traçaduras de uma queda, os extremos vibráteis das vizinhanças da gravidade, as mutações pré-verbais numa tuba auditiva: decifrar os movimentos da cabeça no imprevisível sobre as irradiações dos exercícios-hipoglossos acoplados às coexistências anamórficas. Um SALTO se constitui com a duração das puras afluências da matéria disgestória: as fusões das sínteses do corpo se abrem às glândulas infinitas da existência e antecipam uma trama caótica carregada de vesículas nómadas. O SALTO é um mosaico de tempos anómalos, mergulha um corpo multissígnico nos vectores infindos das velocidades que o perfuram ziguezagueantemente, atingindo o recorte do incorporal em condensação sobre as adjacências do invisível e um CAVALO-MARINHO grávido de pássaros de Mozart faz bifurcações de retono no alto de uma visão entrecruzada por istmos membranosos dos espaços dançados: um GRITO-FLAMENCO passa sempre porque está por acontecer entre faringes alucinadas e tonalidades estilhaçadas por dimensões caóticas das superfícies.



Pollock, Mural on Indian Red Ground


O SALTO é uma deglutição dentro da sua pororoca anorgânica: um SALTO carrega uma alma imortal libertadora dos palatos do tempo ao cimo de um recomeço turbulento e indefinível da génese: uma grande bolsa iluminadora repleta de espirais, de enlaces, de encurvas estacadas nas aberturas máximas de um ritmo geodésico: uma cárdia inumana. O SALTO é um movimento de diafragmas delirantes dentro do intervalo expressivo e criador de radículas fúndicas: traduzir as espessuras da indefinição e as misturas de visões desdobradas por sombras clorídricas de um animal envolvido por enzimas expressivas do espaço que relança o phaneron para dentro dos balanceamentos do invisível de um real inacabável ou quase-construído por meio da descodificação dos cortes diagonais no caos. Um SALTO experimenta o intermezzo da ocultação espumosa que cruza o recomeço das peptonas até atingir as variâncias abstractas com as brincadeiras das rupturas glossololáicas. Um SALTO liberta as contracções dos mangues do caos, faz pervagar as composições imediatas do caos, as vertigens solúveis, os delírios dos silêncios do íleo, as voragens das diferenças extraídas do geometral, as violências sígnicas das tendências, as histerias cingidas por mudanças múltiplas que arremessam a glicose do corpo para a deformação ao cimo dos ácidos duodenais onde as tensões rítmicas já-emulsificadas transmutam o imperceptível em possíveis gotículas bacterianas dentro de um olhar imune e fora de qualquer curva sigmoide da verdade. Um SALTO estimula os ligâmens do corpo a multiplicar o manguezal com contrapontos caleidoscópicos que desviam a duração coagulante do globo ocular da morte para construir caologicamente novas hemácias afectivas, novos ritornelos turbulentos, jogando dados expressionistas contra os esquissos dos neutrófilos do mundo. Um SALTO acontece na plasticidade das fagocitoses do acaso, nas recorrências do insituável com timbres ondulatórios a perfurarem os limiares da desrazão para criarem almas moleculares entrelaçadas por antígenos de sensações indefiníveis e completamente à deriva nos diafragmas espélhicos do inconsciente: aqui-agora: um SALTO transmuta-se integralmente para se abrir ao alvoroço transmodal do mundo onde os povoamentos heteróclitos advêm à volta dos tensores de vidências e de vermes rítmicos em disrupção fabular (o infinito desponta fervorosamente). O SALTO é uma cria-larvar-movediça com o indescernível a subir pelas lucidezes inexauríveis dos respiramentos que envolvem as fímbrias da transmutação e as errâncias parietais nas recriações das catástrofes aracnídeas onde as falanges paradoxais dentro do grito se tornam a mutação do impensável ou a vizinhança cruelmente fissurada de um olhar que arrasta as alomorfias do falso para as pulsações dos cânticos do sublime: aqui-agora: um SALTO nunca foi e nunca será porque é uma polinização diabólica num vaivém indeterminado de espaços hemorrágicos e de vestígios refractários que tentam traduzir as fusões obscuras do mundo com as linhas descoaguladas por passagens lisas no alto indomável de uma testemunha: um SALTO feito de relances dos eclipses já-dentro dos relâmpagos com ilimitadas conexões musicais: resta à voz flutuante do SALTO estraçalhar corpo-a-corpo uma palavra dentro do cruzamento ventilatório de outra voz que assimila os ecos das ruínas com as fabulações do inominável e do impossível. Um SALTO transvaza os contornos microscópicos das suas raias com um recomeço geodésico intruso: ECDISE povoado por espalhamentos de orgãos em derivação entrançada ao cimo das nervuras oráculos: há ocorrências ligamentares a gravitarem nas germinações das cabeças. O SALTO é uma disrupção da memória do vácuo que perfura cruelmente o corpo com o eriçamento rítmico, revigorando o imprevisível das pontilhações dentro do tempo de Friedrich Hölderlin. Um SALTO destrói angulações predominantes com a coexistência de tempos ao cimo das temperaturas das mutações de um manguezal indiscernível onde um animal carregado de virgulações inéditas absorve a musicalidade poliédrica. O SALTO é um povoamento químico, um som rudimentar criador de distâncias de mapas eruptivos entre cordas labirínticas e iluminações imbricadas nas redes do corpo: dizem: ócios impulsionados pela duração vibrátil de uma alma anorgânica com novas geometrias coalizadoras de matérias plenas de traições e de minúsculas traqueias vibráteis que nutrem o real através de transparências inomináveis: os crivos pulmonares se tornam uma experimentação ininterrupta dentro do infinito do espaço entranhado no movimento do vazio que esponja o espaço superior da vida com espelhamentos dos dicionários do subtil misturador de transcodificações catalíticas dentro do roubo-animal em brasa.



Pollock, Number 5


Um SALTO a cada instante delira com gotas incrustadas no crime obsessivo e se faz caos dançado com tremendas alterações sígnicas traduzidas por marchetarias compositoras do pulsátil ilimitado por detrás de uma faca antropofágica quase insaturável: dizem: uma FALA irrepetível a subir pela experimentação das rasgaduras do outro que passa sempre sem avisar porque é já um limite da lavoura que transborda, volta e reforça a histeria da hibridização com o alógico transmutante. O SALTO é o avesso inscrito no agramatical atmosférico, é uma força expressiva de varreduras espaciais que esboçam os macaréus das imagens no caos da sua pele com aprendizagens crónicas do desejo: dizem também: congeminações em cima do estilo das lisuras: um Dom ou um sublime com velocidades acentradas e inconscientes a diferenciarem-se por meio de um tempo insano que aglomera rastos autónomos ao cimo do pensamento estimulador de ritmos animalizantes extremados: distâncias, estiramentos, silêncios e vazios espalham-se por todo o SALTO até alcançarem as enxurradas das vidências no alto de uma interface estrangeira do tempo: um tempo de traços inscritos nas dobraduras da carne, flutua quase-traduzido e sem formas, entrega-se ao incomensurável de estar no abstracto dos hiatos vazios das geografias através de ecos das disseminações caóticas: um ACTO de FALA se emancipa rés à saturação da trajectória da linguagem que se abre loucamente à transdução do SALTO gerador de um novo território grávido de prismas da improvisação vulvar (línguas com ressonâncias rasgam as imagens dos subúrbios contagiando choques de um figural cheio de espaços virtuais: palpitações de um cartógrafo). Um SALTO mergulha nos relances da visiva do caos, despedaça os milagres do caos com o desvio estilizado nas extremidades dos ecrãs do animal: ultrapassar as esponjas do caos ao esculpir a sua vernação com misturas epidérmicas aliadas às intersecções ampliadas pelos mosaicos libertadores de matérias do desejo que arremessam as vísceras do animal para as sensações dos contrastes germinais e para as enciclopédias do impensável( o ar furado de uma rosácea aflita, medonha): a dinâmica vertebral do delírio atravessa velozmente os lenços oblíquos do espaço e uma FALA faz cruzamentos e espirais para atingir a cosmogénese adentrada no vazio das uvas da infância geradora de esporângios diabólicos entre as oscilações de bandos epidémicos do real: aqui-agora: o ritmo puro da altura de um nome tenebroso atinge o acontecimento suprapessoal e infinitiza-se entre multidões microscópicas: um SALTO expande alumiamentos semióticos, amnésias com sentidos duráveis, testemunhas compositivas, torsões energéticas, partículas abissais, escoaduras lacunares e traduz as cartografias imperceptíveis do animal no alto de uma afluência de transduções pulsáteis e ilimitáveis (SALTOS múltiplos em experimentação fazem das grandezas caóticas, tonalidades inacessíveis impregnadas num imagem por vir): um rosto se esfacela com os seus próprios traços em transmutação respiratória. O SALTO é uma condensação inactual a captar pontos-olhantes com o modo anárquico de uma duração absoluta que ventaneia zonas anómalas, híbridas e molecularizadas por laringes duplas e acósmicas: há um atractor labiríntico a esponjar as expressões sonoras do esquecimento com passagens radiculares que misturam os mapas de inconscientes rítmicos ao cimo da crueldade estrangeira de um GESTO lançado para a volteadura de uma membrana futurível. O SALTO é uma confiança emaranhada no incerto ritmizado, no paradoxo pulsátil da combustão: há um risco do sangue maternal de se envolver no sono da vitralização que exige uma linha abstracta da diferença pura dentro das larvas fragmentadas e rés à composição espessa das turbulências, a a saturação vertebral alongada-se por dentro do silêncio com curvas ígneas: uma flutuação de coexistências variáveis coruscam ao cimo do grito de quem faz do SALTO uma batida-de-estampas-do-aberto que insuflam as anamorfoses brutais, as deformações imagéticas, as forças tradutoras de uma realidade atemporal instantânea perante os resíduos das costas do infinito. O SALTO dilata a sua espessura envolvido por um corpo anorgânico e aterrador e se torna uma eternidade feita de tarsos soldados pelas géneses: pespontos das supurações varrem os fonemas alógios com desastres picturais e os cruzamentos neoplatónicos, supralógicos carregam os pêndulos coléricos com linhas aiónicas: dizem: hiatos aberrantes, dobras sonoras e aturdimentos afectivos no fundo do tremendo grão aceso pelas golfadas da secura( colossal timbre esofágico ou segmento mandibular a tentar expelir-se: jorro). O SALTO é uma memória involuntária contra a presteza tremenda do sangue: uma visão dentro do despenhadeiro infinito que se volta para o porvir dos alvéolos videntes e jamais pulsados por gargantas de diamantes. Um SALTO muda permanentemente de sentido perante o tempo dos liames inarticulados do vazio e dentro de uma trama infatigável onde os flancos dos dedos reluzem por dentro: as extremidades em refracção prodigiosa se agitam entre interstícios de danças caóticas e imagens em tensão fissurada por outras imagens em desaparecimento por detrás de traduções dolorosas e de desvios de línguas estrangeiras de alto a baixo grávidas de impases rítmicos e de fosforescências futuríveis com detalhes inumanos e desabaladamente sísmicos entre dádivas respiratórias. O SALTO não FALA, entrega-se às conexões das têmporas do silêncio que o faz retornar às micro-lavas de um ovo-vitral em autoexpansão. Um SALTO antecipa a composição gérmica antes de se actualizar nas cartografias da heteronímia ao cimo de superfícies lacunares, das falhas do avesso já ritmadas por uma miríade de batidas e de visões dentro de um único sopro em disseminação entre as sonâncias de subtis ruínas e botânicas percepções rés ao tamanho craniano da protecção etológica: um SALTO transmuta-se numa abertura de forças punctuais e por linhas nucleares à volta de uma hesitação vigorosa que dilata a espuma do espaço e envolve velocidades acentradas de um pulmão com tremendas composições radiculares. O SALTO gera o infinito de uma veia astral debaixo das linfas espontâneas do absoluto, cruzadas pelas coesões matéricas que espiritualizam o acidental do real sobre danças inconscientes: membros vidrados adentram-se nas energias livres do diferir-animal: eis, o SALTO alógico nas transfusões das pedras, eis o germe cristalino a irromper das induções do sombrio, arremessando espelhamentos com combinações por acontecer: há demudanças obscuras no inédito do passado erguido pelas patas duráveis, indefinidas e ocasionais de um futuro que anuncia expressões rítmicas e musicalidades sisifianas sobre altas úlceras encerradas por átomos dianteiros porque o SALTO não é verdadeiro nem falso, não é significante nem manifestação do sujeito, não é verosímel nem inexplicável ou implausível, é uma maneira lisa de dizer a intuição do real por meio das misturas acronológicas do corpo onde por vezes um sono se torna brasa cravada nas zonas sulfurosas: os sentidos dos opérculos irradiam, ondulam polifonicamente cingidos por decifrações das meninges que perfuram pariduras de espaços com anéis sanguessedentos a luzirem nas nos golpes lunares do solo: meninges incham ao lanharem o mundo assombrsamente com a insânia germinativa suspensa nas espáduas do vazio abstracto. Um SALTO faz coexistir os sentidos das bolhas recreativas da matemática com a solidão aberrante, aiónica, plena de micromovimentos abissícos criadores de ondulações sensoriais que se entranham no corpo com ombros-de-transe dentro de germes da incompletude existencial (cometa dentro de um baga abrasada de carne que se encerra na vibração brusca da química): esboços metamórficos estilizam-se ao redor de novos povoamentos pulsáteis que se abrem no estremecimento pupilar e dentro de outros fôlegos de matérias vivas em fulguração verbal e não verbal (uma FALA múltipla desponta induzida pela ciência da boca do inconsciente e por sentidos dos vidros estalados na luz com trajectos por construir): todas as extremidades do SALTO advêm dos intermezzos lavrados nas áscuas dorsais: há paramnésias nas curvaturas fabulares, dos afastamentos góticos e das reminiscências cruéis (concavidades fiadas nas translações sopradas por dentro das rasgaduras do barro): os traços cristalinos capturam variações espirituais para regerminarem e voltarem às composições dos jarros com ecos delirantes, microscópicos: uma úlcera inexplorada sangra para se livrar sem cessar de um nome concêntrico: há enciclopédias indefiníveis nas habitações cardíacas: há estranhamentos de um tempo puro escultor de fotogramas altivos com resvalos femininos sobre a crispação atmosférica: um fogo das unhas exige traduções das trajectórias agramaticais no encontro com as cabeças eléctricas dos SALTOS: dizem: filigranas do animal dentro do relâmpago baptismal que ultrapassa a morte por meio de topologias anómalas e de faixas de sangue extasiadas por cima do ventre: dizem: pororocas de defluxões de actos de FALA dentro de uma duração diafragmática vertiginosa: dizem: uma palpitação sazonal invade a boca com o espaço perfurado pelo aperceptível e pelas esfinges conectivas do impensável: dizem: mutação de crivos geradores de potlatches obscuros que enlouquecem e revigoram o sensível no instinto íngreme ao redor do fundo do espírito: um SALTO cinzela dicionários moventes com volteaduras de equívocos astronómicos a transbordarem audições e visivas através de abalos de uma traição chamejante ou será uma devoração de rosas entre os pulsos a arder sob as veias de lanças de ar. Um SALTO nasce dono de si mesmo, arranca a pálpebra das aortas e decide a sua desaparição nas tensões côncavas com o peso do caos: um SALTO sazona-se e desabrocha dentro de uma variante óssea insurgida e acidental. Um SALTO fricciona-se nas luzências de outras angulações do absoluto que espalham a víbora vítrea na claridade quase-visível sobre os GESTOS exemplificados pelas DANÇARINAS de varais ao redor de um MARACATU contínuo e histérico: aqui-agora: o sangue aberto do SALTO estraçalha o mêntruo do passado e a plaina do futuro simultaneamente por meio de feixes catalíticos cosidos por entretempos de bandos em bifurcação. De SALTO a SALTO as feridas se movem como meteoros centrífugos até rebentarem num mergulhador de inocências artesianas. O SALTO é uma imagem fosfórica irrefreável dentro dos desaguadouros inesperados entre corpos constelares. O SALTO é um modo vertiginoso por dentro de gargalos animalescos que exercitam a duração híbrida, tensionada por uma multidão com goteiras de terracota na boca que sobe pelo sangue das improvisatas dilatando uma pedra de tetas: um SALTO aberto em todas as geologias desandadas pelo grito acentrado nos umbigos mais altos: dizem: varas de silêncio mutável com limiares metabólicos a trespassaram vocábulos demoníacos. Um SALTO acumula-se na criação de cápsulas de sangue para abrir trilhas inauditas no espaço talhado língua a língua pelas esquações das putas: gerar sentidos moventes voltados para as visões vulvárias: um acontecimento infindável enquando voo, enquanto campo de batalha( uma chibata bocal saturada dentro de uma romã): um SALTO membranar avalia parafrenicamente os jorros flutuantes do espaço carregado de antebraços de almas trágicas. O SALTO é um risco intercessor de omoplatas hemisféricos, uma incessante insurreição, uma criação insaciável que nunca se presentifica, entranha-se nos sublimes cartográficos porque é uma entretecedura do Deus de mantos escarpados por dentro de um punhado de respirações das fêmeas: chifres das anomatopeias esculpidos no alto de um espaço em hesitação informe e ao redor de um ponto de vista com galhos de sangraduras que se impregnam nas errâncias magnéticas do tempo: hibridização delirante envolve uma espinha da língua quase-finita numa FALA improvisada pela incomensurável animalidade debaixo da garganta: aqui-agora: um SALTO transfronteira as corolas das leituras do corpo, vaza os tendões do alvoroço com o mármore a ferver no extremo das mãos fechadas nas mãos: o improvável em cada prisma fabulatório retorna imensas vezes por dentro dos falhanços rutilantes.



Pollock, Untitled


Um SALTO traça reexistências da vagina à língua com espantos dentro dos cernes espigados por latências nervosas do indiscernível: há geografias fortuitas da imagem-cristal escaldada por territórios de angulações ritmáveis: a realidade absoluta é desconstruída pelos signos germinais abertos pelos feixes do tórax agramatical: há uma trama inobjectivável cerebralizada pelo esquecimento multimodal voltado para as sínteses supremas de um porvir nómada: o phaneron de Turner nunca poderá ser intelectualizado porque é um SALTO de enxameações torcidas por espelhamentos com mapas de ritornelos invasores que constroem novas ritmicidades nos orifícios respiratórios a bruxulearem convulsivamente: histerias das almas calcinadas e a crescerem pelo sal das gangrenas das têmperas: transmutar todas as energias das cabeças em multidões involuntárias, assimétricas à volta do sensível háptico que se alanha desabaladamente por dentro dos azougues das estátuas (há espalhamentos de um real fortificado pela eternidade barroca extraída das barbatanas do caos): há um SALTO que cria linhas escamíferas impulsionadoras de cravos menstruados vindos dos resvalos atmosféricos: um SALTO mergulha na revelação de uma nêspera no aberto, no lume espremido da duração e na matéria escorrida nas crinas salíferas da palavra: um SALTO descentra-se nas poeiras da hipnagogia e atinge o sublime da cal nos peixes de Kant, ao lado, as deformações das redes cranianas de Bacon e o anómalo livrador de signos com velocidades múltiplas por dentro do figural dos povoamentos com guelras magnificentes: há geometrias simulacrais infiltradas no caos do tempo de Cassavetes dançando por Pollock com todas as combinações estranhas que nutrem as filigranas delirantes do espírito de cada GESTO: aqui-agora: os SALTOS com sons vergados, se fundem noutros SALTOS dentro dos movimentos intervalados das vértebras. O SALTO transmuta-se incessantemente, anarquizando o espaço com dimensões tremendamente mescladas, por vezes, arranca tempo ao caos do absoluto e faz do corpo um pontilhado incandescente, uma assimilação caológica, um atravessamento de fluxos animistas ininterruptos, impregnados de gritos de vírgulas moleculares: os ritmos sonoros se impregnam na errância de um tempo crónico que turbilhona a matéria com loucas rachaduras sinápticas. Um SALTO experimenta a grandeza babelesca do falso por meio de sensações da tragicidade infinita onde a vazadura de olhares irrefreáveis adivinham o intervalo do mundo ao cimo de afecções inexauríveis. Um SALTO se arremessa contra o caos da fronteira extrema e se reinventa, se diferencia sem rumo, dança com forças entrecruzadas do sombrio estagnado pela luz seca de uma concha: espreitar as raízes delirantes de uma borboleta no meio de multidão interiorizada na boca que se ilumina com as hesitações a baterem nas vidências debaixo de tecelagens esgotadas: há uma força do sacrare desbravador de arquitecturas de sangue estacadas nos canais intrusos que exercitam sensações com polimorfias e vizinhanças dentro dos deciframentos do ilimitável: uma miríade de almas cruéis criam eus diluídos pelas forças das químicas anorgânicas dos personagens expressivas com inconscientes inumanizados. O SALTO é uma superfície em movimento ladeada por sonos venenosos, é um espírito impulsionador de instantes regenerados por um NÓ que se retrai e contrai na pele do tempo da experimentação.



Pollock, Number 18


O SALTO é uma alma de calor a pesar uma cabeça suspensa com campânulas radiantes: dançar no corpo delirante o tumultuoso mosto, escavar Maracatus com vestíbulos súbitos e inconsumíveis, desdobrar a fulguração impessoal pelas casas dentro porque o SALTO se povoa e se deserta simultaneamente entre afastamentos adjacentes tangenciados pelo passado das luzências genitais e pelo futuro das membranas acústicas dentro do presente de um instante tenebroso: desmoronar o SALTO por imagens duplas e por espíritos coalescentes instantâneos a lançarem reminiscências para o canto instrumental da terra (anónima agudeza sacrificial): ultrapassar as volteaduras da memória com as velocidades altas da purificação como um desassombro a cruzar traçaduras dos mundos possíveis com microabismos hieroglíficos rés à força espiritual da loucura. O SALTO é um signo obscuro e vidente carregado de interrogações aiónicas levadas para ritmos instáveis corpo a corpo. O SALTO é uma múltipla rebentação dentro do vazio lávico e do tempo puro porque se gera a si-mesmo aliado a forças genéticas apertadas pelos vidros das mãos: há durações das pariduras paradoxais, coexistentes, bifurcantes que movimentam o subtil por dentro da inquietação de uma abertura infinita no alto dos extremos dos opérculos anapésticos: dizem: peles inaudíveis e esponjas monádicas com correntezas plásticas em tensão caleidoscópica ao redor de um pensamento que não voltou do astro sangrento mas busca os intermezzos turbilhonares dentro de composições histéricas e de acasos entrelaçados nas ressonâncias expressivas( um anel incandescente transborda): um SALTO da episteme e do aformal rasga o sangue iluminador dos limites com novas linhas dos carvoiros nas costas de um animal que traduz e decifra o corpo ao cimo da fricção feiticeira dos deslocamentos dos fôlegos sazonados: voltagens da insana alteridade do real inexaurível. Um SALTO vem da vastidão dos jarros dos desassossegos que geram rupturas, avessos, fendas e libertam o cérebro dentro das linhas abstractas ainda impensadas sobre imagens flutuantes. Um SALTO abre-se às grandezas expressionistas de um canto mundo atravessado pelas cartografias intratemporais onde uma criança randómica brinca com os ritmos dos interstícios, respingando forças-cores-conceitos que impulsionam o desejo contra as portas do esquecimento: inconscientes gerúndicos tocam-se vulvarmente e a ciência violenta da boca torna-se imprevisível nos encontros incendiados pelos últimos fungos: o infinito penetra nas dobras dismórficas e nos fluxos do real e se faz corpo anorgânico com geometrais recreativos, estranhos rés ao choque do pensamento nos séculos das veias: dizem: variação acidental a ressoar nas faúlhas cobertas de ofícios: há uma zona impessoal com movimentos esboçados pelas velocidades enviesadas do acaso. O SALTO é um baque de mosaicos duráveis, é uma batida de desvios labirínticos incitadores dos engolfamentos diaspóricos: é uma FORÇA interpenetrada por instantes de mastros desvairados dentro de um corpo que se difere ininterruptamente. Um SALTO foge das couraças espaciais e dilata as maçãs inteligentes da visão à volta das varandas cristalinas que dilatam as esteiras de inocências sanguíneas: eternidade cristalina levanta estações com línguas órficas, fazendo acontecer ruínas indiscerníveis entre devaneios descentrados e a mutação crónica do real: uma FALA desponta quando o grito contido na traqueia, golpeia-se e desaparece entre os ensaios oscilantes da realidade onde o SALTO é um emaranhado de cabeças salíferas com temperaturas arcaicas, uma vértebra de bolhas rápidas, uma reminiscência de paradoxos orbitais ao cimo de um MACARÉU que atravessa as emergência das bagas do tempo em recomeço instantâneo: aqui-agora: um SALTO se torna numa gigantesca seda de cereais vertiginosos: dizem: intervalo ininterrupto de gabitações convulsivas dentro de um infinito de micropercepções obscuras: um SALTO carrega o incomensurável barroco do animal e a ilimitável luz dentro de um ponto afectivo hesitado pela tragédia simultaneamente lisa, improvável e musical. O SALTO é um acentramento arquitectónico a gerar espessuras, tonalidades, calorificações, odores entre forças inomináveis que atravessam espaços irradiados por ressonâncias estranhas que preexistem antes das ressurgências respiratórias de uma unha levantada pelo centro intuitivo de outra unha. Um SALTO crava, fragmenta o real dentro dos revérberos de uma geologia carregada de lucidezes emancipadoras da matéria debaixo das ventilações extraídas dos flancos das crateras. Um SALTO refaz catástrofes por meio de catástrofes das quase-catástrofes que enrolam os ombros nas pedras recosidas por abismos cerebrais: os SALTOS derivam, se demovem, se distanciam dentro das perseguições ao tempo, transvertendo os GESTOS por meio de assombros involuntários, de vegetações atadas aos halos antómicos com lufadas de onça: dizem: travessias insituáveis da carnadura, já-abalada pelo sensível experimentado pelas partículas ocultas do corpo.



Pollock, Number 27


Um SALTO concebe topologias de respiramentos inconscientes dentro de misturas cartográficas onde as FALAS abrem passagens alógicas na desaparição dos mapas que brincam com o olho da falha, recriam os sorvedouros da falha debaixo das palavras arremessadas pelas traqueias do mundo contra o dentro de uma boca caleidoscópica. O SALTO é uma alçaprema diluidora de órgãos ao redor de desmanches sígnicos, profanos, híbridos, cruéis, buscando loucamente as vénulas eléctricas do pensamento para se deformar com todas as escutas dos vazios, das dobras, dos sopros, das peugadas, das entranhas, das fendas, dos rasgos que incitam os GESTOS a absorverem o sacrare disruptivo do verbo livrador do tempo escravo: há um teatro de roseirais sanguíneos, há uma fotografia do acaso dentro excesso ardente do SALTO que mancha e entoa as composições do silêncio com uma língua alçada, inobjectivada por passadiços dos sentidos lisos de um DOM de abrir os pulmões aformais para despedaçar os tubos da morte. O SALTO excita as garras pelo meio, estimula o impensável-nos-pontos-espaciais com a tradução pulsátil do GESTO pleno de opérculos turbulentos e de irradiações imperceptíveis por detrás de rompeduras, de incisões, de ressaltos escutadores de ecos dos espelhamentos que misturam materiais, partituras, esboços com as linhas espirituais do futuro. O SALTO é um golpeadura miraculosa a exultar o desconhecido em fricção insana com as espirais de matérias luminosas sobre uma babel de FALAS a exigirem mudanças contínuas e relances eternos nos intervalos intrusos do tempo: dizem: composições de tramas inaudíveis envolvidos por espaços tensionados, nómadas, abstractos à volta de risco das errâncias com múltiplas entradas e vastos liames enlouquecidos pelos abalos da desrazão. Um SALTO exige a desaparição delirante para esculpirem o esquecimento dentro do informe e do acentrado das suas vértebras que ressurgem animalmente. O SALTO é um opérculo de pré-existências que religam disruptivamente as sinapses cerebrais e as paredes vibráteis dos orgãos indeterminados aos teatros rítmicos: aqui-agora: um pensamento bate nas traqueias abrasadoras e se fortalece no fundo de pneumas indefinidos. Um SALTO envolve a vigília da obscuridade no real que a vai tornar estranha, quase-imperceptível, impulsionando a correnteza de novos nadadores de chagas, de novas semióticas de abaladuras de sangue onde os relâmpagos-sígnicos invadem uma têmpera etológica e uma pedraria abre com umbigos salgados: há uma dança cruelmente sensível entre o ínfimo-catalítico e a renascença do improvável que fez um pacto com o cerejal enovelado das improvisatas e com as fábulas copulares no meio espontâneo e compositivo do caos... Um SALTO exige a desaparição delirante para esculpir o esquecimento por dentro das suas vértebras arrastadas por limbos ressurgidos animalmente entre vaivéns polinizadores e rastos de teias lavradas por ossos. Um SALTO mergulha no inominável, no impossível, na decifração contínua, na exploração das fendas, das distâncias, dos vazios, das musicalidades, dos silêncios que constroem os liames já-obscurecidos pelo lado de fora: há ouro fendido e maçãs torcidas pelo lume das feridas entre o impensável e o possível no alto de uma expressão rés ao manguezal do inefável (um CORPO-SALTO que exige ser pensado por meio do crime delirante da sua fisiologia). O SALTO é um esboço vibrátil do avesso com paixões abertas por jugulares: há uma mancha-derivação profusa por dentro de visões-olhantes estimuladas pelos propulsores dos enigmas do afastamento cristalino e da desaparição do GESTO sempre cavados por dedos tenebrosos. O SALTO envolve a sua autonomia no inacessível intuitvo que provoca queimaduras acentradas: há movimentos de retorno sobre vieses sensórios ao redor de presenças subtis: correntezas abismadas pela subtileza arterial de Deus: paradoxos repletos de coexistências temporais desvelam o SALTO com o imperceptível dentro dos fulcros intermitentes dos vazios. Um SALTO ao se entranhar nas afluências de um imenso mosaico de partículas da adivinhação cruel, se infiltra na acumulação insituável do sensível com membranas inesperadas e com filtros histéricos a absorverem um corpo conceptualmente sonoro ao cimo de um real abstracto: estamos defronte à invenção de um SALTO em colapso criativo ininterrupto, uma catástrofe de recorrências flutuantes entre as mutações chamadoras do intocável, do invisível que esculpe as tonalidades tensionadas por dimensões caóticas: aqui-agora: um animal estilhaça-se nas películas da crença de limiar em limiar e por meio das suas próprias consistências babelescas ao redor de jogos de plasticidades ritornélicas.



Pollock, Number 10


O SALTO é perfurado pelas sensações rítmicas do incognoscível onde um CORPO supra-pessoal, um CORPO estranho exige fricções na amplitude agramatical rés à quase-ocultação das falhas móbiles e dos sopros crivados por esponjas piroclásticas. O SALTO é uma fenda das reminiscências infindáveis sempre em metamorfose errante, uma inversão dentro da claridade de uma visiva que aparece na sua ocultação performática (omoplatas tocados pelos bafos dos animais cheios de labaredas salinas e das traqueias ao suor uma graça demoníaca advém dos pontos da morte colados ao chão do útero): um SALTO recupera o animal do cinema-tempo do humano que fractura, perfura, eclipsa-se por dentro do simulacral sem fazer desaparecer os seus pulmões plenos de ruínas minerais acumuladas infinitamente pelos sentidos fabuladores. Um SALTO diferencia-se na dobra virgem que acolhe o seu vazio revelado na dilatação do improvável que nos faz ver goticamente as distâncias indecomponíveis lançadas para as efusões dos contactos absolutos de um futuro irisado (línguas sangram inexauríveis): o talento terrível dos objectos ao redor de um mesocarpo) vertigens cósmicas e histerias purificarem-se na sua própria feitiçaria onde um antebraço é envolvido por mudanças múltiplas, provocando simultaneamente a deformação e incomensuráveis pontos de vista indutores de atritos (um tremendo figo aberto aos corpúsculos do infinito): as superfícies das sopraduras do SALTO se fortalecem por meio do sensível de novas geodésicas com sentidos aberrantes no vernáculo certeiro das gargantas: aqui-gora: SALTOS entre SALTOS em desaparição, lançam um corpo para a errância adentrada nas expressões que libertam os cânticos do indiscernível já-escarificado por estranhamentos autopoiéticos e pelo sangue coronário polirrítmico (uma laringe sem palavras arranca uma espícula de sangue e vai de pneuma em pneuma até à última ponta da queimadura): espiritualizar os esquissos da heteronímia com visões involuntárias que se desviam inscritas na voltagem dos gritos: perplexa vindima de sombras. O SALTO é uma histeria elástica de si-mesmo, é um atravessamento de fluxos matéricos, de barrocos cristalinos que nos invade, penetra delirantemente nas vértebras ávidas de astralidades e nas articulações efervescentes despedaça a encorpadura, entrecruza forças sanguíneas e emaranha-se na interminável passagem acidental: um SALTO escarva o material dos trevos mamíferos com linhas polimórficas: um SALTO inquieta-se com o seu finito dentro do inacabável inconsciente que estetiza o indizível sobre as invasões dos signos de um animal atordoado e repleto de grandezas de uma rosácea-de-sensações devoradoras de mapeamentos das obscurezas (atingir o jogo do espírito que decepa as estrias da verdade para misturar as forças vulvares de Diotima no golpe hidráulico do sagrado: fechar uma cabeça dolorosa e arder). Um SALTO atrai, recusa, esgota-se, captura o inapreensível e acontece larvarmente na própria queda plena de múrmúrios de um verbo infinitivo: dizem: um SALTO advém no anómalo do outro, na DOR de um testemunho e contagia-se com o canto do Xamã para gerar uma insurreição por dentro do pensamento. No SALTO milhares de vozes assimilam uma DOR com aberturas insanas escutadas pelo silêncio de um GESTO que se entrega à pantomima de uma visão antecipada por detrás da palavra erguida por via vulvar:



Pollock, Mural


SALTAR para testemunhar a pulsão do frágil dentro da espessura de uma ferida que se dilata na expulsão pustulenta do pulmão onde os filamentos do grito fazem das margens nodulares da memória a última casa do corpo entre extremos lávicos e fracturas inexploradas. O espasmo da desaparição torna-se uma membrana do DOM a transbordar de improvisos por dentro de um eco eclodido na garganta com charcos glandulares: há uma envolvência de sopradores de traços com nesgas das reverberações, há uma dissipação vociferante na laringe de um animal que busca escapes no espaço vibratório rés à morte: há uma libação óssea dentro da alma inomeável e onomatopaica: aqui-agora: uma escolha obscura evita a adjacência da morte ao cimo das ressonâncias de um encontro do impossível com as fracturas testemunhais da DOR-quase-rotativa: as sonoridades dos cortes das úlceras exigem descodificação por meio de uma língua fendida por outra língua lavrada por ervas de paixão, outra língua em renascença tremenda e moldada por temperaturas de putas ocasionais: dizem: entonações irrefreáveis irrompem da catástrofe microscópica e uma passagem translúcida pulula até ao arremesso exaustivo do olho de uma presa. Uma morte é extraída de dentro do sangue efervescente da fotografia estaqueada dentro da sua própria laceração onde os buracos membranares das distâncias ínfimas decompõem o real: as gradações do gozo fazem da entretecedura do ilimitável uma irrupção gérmica, uma indulgência da FALA ao redor de uma vértebra deformada pelas coexistências rítmicas de uma carótida improvável: há um entre-dois indiscernível na multidão vascularizada a cada instante para compor um sentido carregado de arquivos rés às velocidades das vizanhanças do esquecimento que gera uma falha inclusiva e obsessiva nas intemperanças de um corpo por povoar ou será uma pele anapéstica intransferível a deslizar na sua louca desmesura contra a morte como um futuro inocente nos GESTOS e uma errância voltaica plena de aveias dos indizíveis? Um animal faz um torvelinho topológico e um pacto de respiros com as ressonâncias intersticiais do mundo porque é a sua única FALA, a sua enunciação silenciosa, refugiada que chama o desdobramento do oculto em cada batida formigante porque a morte seca-lhe as bricolages do eco e a boca se entranha no sublime catatónico de um patchwork hiperbóreo que sobe pela ferida impulsiva do crânio para traduzir a porosidade do equívoco nómada de quem ré-existe por dentro da indefinição oracular e da dismorfose de um possível regresso do GESTO escultor da crueldade ao cimo de um fluido das fissuras dos cânticos litúrgicos. Um SALTO faz do esboço quase-vocal da morte a afluência de uma pré-língua oblíqua dentro do GRITO imprevisto no alto do real abstrato porque o alimento estancado na desaparição transmutou-se em resíduos inclassificáveis: dizem: é uma linha de derrisões polifónicas a exercitarem o estranhamento inaudível de um idioma alumiado por um sexo-violeta: há uma intuição insólita dentro da DOR rara, irresoluta que jamais criará repercussão nas lascas de um espaço em desmembramento plástico por vir. Um SALTO desossifica-se, devora-se a si-mesmo com mucosas afásicas, com anarquias súbitas e com intemperismos analépticos insufla-se, evapora-se, muda-se, recomeça-se debaixo de uma propagação luminosa incitada pela visão intuitiva do espírito: há uma autofagia hieroglífica, um levantamento dentro do fundo absoluto da QUEDA que desaparece, ressurge e vibra nos órgãos do corpo do morto. O SALTO sacode as carnes quase-eternas das coxas, as funduras das vísceras, os fulcros inocentes, os pêlos dos alarmes, os músculos das mãos, as golfadas da demência, uma dor compacta nas cabeças extremas, uma bastura da imanência de uma respiração inabitável com ossos imemoriais, um GESTO que tenta rasgar os relâmpagos por detrás das geologias e expressar-se perante uma morte por meio da experimentação de um exórdio da alteridade mais delicada à volta de uma prática de roubos de pedras sem nome: explorar a fogueira do grito das mães nos limites perpétuos da matéria. TODA a espreita dança, escoa e cria consistências dentro do hiato urente do vazio. Iluminar a altura do SALTO com uma casa que devasta o mundo com o silêncio da poeira apainado pelo animal: um POEMA escorrega dentro da velocidade contráctil do sangue e a última traqueia é escutada pelas escamas dos esfomeados: um POEMA corta o seu dorso com as pontadas dos sorvos das luzes entoadas no frio do diamante bocal que leva um artículo ou um apêndice calcinado até à expiração monstruosa: delírio intercostal ou vulva eletromagnética: um POEMA escorrega dentro da velocidade contráctil do sangue e a última traqueia é escutada pelas escamas dos esfomeados: um POEMA corta o seu dorso com as pontadas dos sorvos das luzes entoadas no frio do diamante bocal que leva um artículo do galgo ou um apêndice da náusea calcinada até à expiração monstruosa : delírio intercostal, lavra inominável ou vulva electromagnética: um POEMA é uma garra da glande-ovárica, um artelho de anzóis, um tendão farejador no pasto das suturas, um casco de grânulos, uma unha de azinhavre rés ao quirodátilo com preensões de oráculos entre os padroeiros das putas: dizem: sarrafos de colágeno a subirem pelos mênstruos retardados ou uma metatarsofalângea a arder debaixo de miríade de arqueiros entre húmus seco e uma serpente molhada pela saliva de palavras demoníacas por decifar: uma FALA de candeias cegas dentro de uma víscera de ar de Iansã!



Pollock, Untitled


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