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Poemas
começam no nascimento
da letra a a letra a
nos quais florescem a palavra
reflorestar e tantas
não dizem
do prédio
da murta
não evitam o amor-
coisa ancas
rimam rosas
com anda
lembram
apenas recomeçar
o ver e não enxergar
paranoicos quase
bem estruturados
rerimas infinitivas
Poema
que termina com
morte
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ah se o meu
dinheiro desse
desce
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das frutas que dão mais fome
e tantas que dão sementes
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vai acabar
tem mais aí
eu li penso
língua no centro do grotesco
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ainda seria um códice
na Biblioteca de dna
se não fosse indígena
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no quintal
as asas do mamão
brotou um pé de sabiá
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a sirene da polícia
as rinee ad capiloí
o silêncio
muito cuidado é tanto e pouco
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Bilhete
Mãe, está tudo bem
vai dar tudo certo
você está bem
estou também bem
eu vou para a praia
e você vem?
vamos combinar um canto
que abale as rochas
o amor é uma droga
Mãe, vero, tem sesta hoje
vamos assistir filme
de máfia vamos roer
pequi queu trouxe do norte
tarde é cedo ainda
no monte de tempos vamos
resistir à necessidade
de estar sempre tudo certo
bem do jeito sideral
minha filha manda um
abraço e meu pai
a quantas anda?
Mãe,
achei Anhumas belas
praia de cachoeira
mineira linda como ave
ainda moraremos
no signo descompromisso
promessa que atravessa
o sibilo da asa da graúna
a reforma da casa ficou ótima, mãe
passei minha infância no brejo
e Itajubá é um bom berço
a sua neta matou um primo
vamos caçar girino
na beira do rio
barrocobarrento?
beijo
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Deixar um segundo do seu coração
preso na impossibilidade de estar tudo bem
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Um canto que abale as rochas
Hoje tenho nada nem instrumentos
vida fosse jazz teria eu harpa
meu prato tem não comida sonora
Oh! desmanchai com brilho todo intenso
a fome nos lares que não tem mais
cada dificuldade que há insônia
Virarei ser fatal somente só
para levar meu canto mudo até
cheio de brilhos ao fogo de tochas
um canto que abale as rochas
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Hoje tem sesta
quem saberá
Da inconsciência necessária
ao sono doce e amigável
a consciência é familiar
Tudo está muito bem planejado
pela matemática do erro
vou dormir até ficar bem farto
Tudo bem perder os sentidos
o mundo não acabará assim
Nada na terra me incomoda
está tudo bem não há mais fome
vou dormir até ficar que some
eu preciso dormir em paz
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praia de cachoeira mineira linda
sou seixo sim da borda d`água
lambe sua face matutina
flui como oposto cega
aquela foto de cócoras nas águas
meu irmão vens celebrar a desordem?
Fogo queimou árvore e umas pessoas
Chega de dizer não desmate
Não há como desmatar
Há que parar de matar o que está
Isso sim
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Por hora
preciso publicar
um livro de poemas
Mãe cobra
amigo cobra
diarista cobra
desconhecido cobra
preciso publicar um livro cobra
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